Nos anos 60 do séc. XX, Alfredo
António Esteves, conhecido como o Ti Alfredo da Seara, por ter nascido no lugar
da Seara, em São Martinho de Coura, estabeleceu-se com a “Casa dos Caracóis” no nº 109 A da Calçada de Carriche.
Era uma taberna castiça, instalada num edifício antigo de um só piso, com um recinto que servia de esplanada, no mesmo lugar, onde tinha existido um lendário retiro de fado, na quinta de Nova Cintra.
Este era um lugar por tradição consagrado ao fado,
frequentado pelos apreciadores de petiscos e de um bom vinho.
Fotografia de Artur João Goulart,
1965, Arquivo Municipal de Lisboa
Um dia encerrou as suas portas, devido
às fortes cheias da noite de 25 de novembro de 1967, que atingiram de forma
dramática esta zona da cidade de Lisboa, destruindo os haveres e os sonhos das
gentes que ali se tinham estabelecido.
Após as cheias de 1967, o edifício foi condenado à demolição, porque a Câmara Municipal tinha um projeto de alargamento da Calçada de Carriche.
Em 1971, ainda se mantinha em pé, mas já
estava muito degradado.
Fotografia de autor não
identificado, 1971, Arquivo Municipal de Lisboa
Fotografia de Goulart, João Hermes Cordeiro Goulart, Arquivo Municipal de Lisboa
Fotografia de Goulart, João Hermes Cordeiro Goulart, Arquivo Municipal de Lisboa
Mas o Ti Alfredo da Seara e a sua
mulher D. Albertina Gonçalves da Costa, não se renderam ao fatalismo. Tinham aprendido desde muito cedo a lutar pela vida e decidiram começar tudo de novo. Abriram outra
“Casa dos Caracóis”, uns quilómetros mais para norte, na Póvoa de Santo
Adrião, que nessa época ainda era uma zona rural de quintas e olivais.
Voltou assim a renascer a “Casa
dos Caracóis", na Rua Marechal Craveiro Lopes, 9 A, na Póvoa de Santo Adrião.
E ainda hoje lá existe.
E ainda hoje lá existe.
Fotografia de Filomena Viegas, 2008
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