No século XIX os Lisboetas tinham por hábito sair da cidade e ir
fora de portas às hortas, às esperas de touros e aos retiros onde havia fado e
guitarradas, pela noite fora.
Esta tradição perdeu-se com o passar do tempo, mas foi retomada no
final dos anos quarenta do século XX, quando começaram a surgir vários retiros
do fado nas portas de Carriche.
Primeiro surgiu o Nova Sintra, depois o Solar de
Alfredo Marceneiro, o Restaurante típico O Patrício, o Solar Tradição, Os
Lobos-do-Mar, o Roseiral e outros menos conhecidos.
Hoje passados cerca de sessenta e cinco anos, já são poucos os que
se lembram destas casas de fado e ainda menos os que sabem onde ficavam.
A paisagem mudou muito. Os edifícios degradaram-se com o passar do
tempo e acabaram por ser demolidos. A velha aldeola de Carriche, às portas da cidade de Lisboa, como zona de
fronteira aduaneira, perdeu esta função de suporte logístico e foi
desaparecendo com a construção de novas estradas.
Por isso, fiquei fascinada por Carriche e resolvi partir à descoberta das memórias das velhas casas de fado que por aqui existiram.
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