sábado, 19 de dezembro de 2015

Retiro do fado “O Solar Alfredo Marceneiro” (1948-1952)

O Solar do Marceneiro foi um dos afamados retiros do fado fora de portas, onde se ouvia  o fado antigo, cantado pelo seu proprietário Alfredo Marceneiro e outros fadistas da época.
Foi inaugurado no dia 27 de Novembro de 1948.
Estava situado ao fundo da Calçada de Carriche, ao princípio da Estrada de Odivelas, junto ao monumento do Senhor Roubado.  Ficava próximo de outro retiro de fados, que existia na Calçada de Carriche e também tinha sido inaugurado por Alfredo Marceneiro, o "Nova Cintra".

(1948), "Diário de Lisboa", nº 9340, Ano: 28, Sábado, 27 de Novembro de 1948, Fundo Documentos Ruela Ramos, Fundação Mário Soares.

Neste retiro do fado cantaram os conceituados fadistas: Áurea Ribeiro, Berta Cardoso, Maria da Saudade, Fernando Farinha, Mário Paninho, Júlio Vieitas, Maria da Conceição, Mariana Silva, Maria Ferreira, Maria Marques, Carlos Duarte (o Pirolito da Ericeira), Manuel Fernandes, Adelaide Faria. E tocaram excelentes músicos: Casimiro Ramos, Pais da Silva, Armando Silva, José Marques (Piscalareta), Ilídio Santos, Fernando Oliveira, José Ramos, Orlando Silva, Acácio Rocha, Carlos Neves e João Viera. 

NoAlfredo Marceneiro no "Solar do Marceneiro" na Calçada de Carriche, com os filhos Alfredo e Rodrigo

Alguns destes fadistas revezaram-se na direção artística desta casa de fados.
Desde a abertura até setembro de 1949, a gerência esteve a cargo de Alfredo Marceneiro, que era o seu proprietário.
A 17 de setembro de 1949, a direção artística passou a ser assumida pela conceituada fadista e Áurea Ribeiro, que também esteve à frente do retiro Nova Sintra.
Mas a 1 de Outubro de 1949 a direção artística ficou a cargo da conhecida fadista Berta Cardoso, que se manteve até 26 de janeiro de 1950.
A 26 de Janeiro de 1950, Alfredo Marceneiro voltou a assumir a direção artística da sua casa de fados, mas não deixa de cantar também noutras casas de fado.
A 23 de Novembro de 1950, assume a direção artística o fadista Manuel Fernandes e fazem parte do elenco, as fadistas Mariana Silva e Adelaide Cardoso, acompanhadas pelos músicos José Ramos e Orlando Silva.
De 7 de dezembro de 1950 a agosto de 1951, este retiro passou a chamar-se “Solar Tradição”, com a direção artística de Manuel Fernandes.
A 31 de Agosto de 1951, volta a ser "Solar do Marceneiro", com a direção artística de Alfredo Marceneiro e a colaboração do animador Mário Paninho. Alfredo Marceneiro manteve-se na direção artística até ao final de dezembro de 1951.
A partir de Janeiro de 1952 teve a direção artística de Mário Paninho, acabando por encerrar as suas portas no final de abril de 1952.
Nessa altura, Alfredo Marceneiro é convidado para o "Olimpia Club", na rua do Condes em Lisboa, que inaugura um restaurante com jantares e ceias animados com fados e guitarradas.

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