terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Solar a Tradição (Antigo Marceneiro) 1950-1951

Um dia o “Solar do Marceneiro” mudou de nome. Passou a chamar-se “Solar a Tradição”, também apresentado apenas como “Solar Tradição” (Antigo Marceneiro).

Abriu as suas portas em 9 dezembro de 1950, na mesma casa onde antes tinha existido o “Solar do Marceneiro”.

Ficava situado ao fundo da Calçada de Carriche, ao princípio da estrada que seguia para Odivelas, junto ao monumento do Senhor Roubado, numa casa que já foi demolida.

(1950) Diário de Lisboa, n.º 10066, Ano: 30/Data: Sexta-feira, 8 de Dezembro de 1950, Fundo: DRR - Documentos Ruella Ramos, Arquivo Fundação Mário Soares.

Tal como acontecia noutros retiros do fado, aqui a direção artística mudava com frequência. Era uma forma de oferecer um programa de fados variado aos seus clientes habituais. Com a mudança da direção artística renova-se também o elenco artístico. Inicialmente a direção artística ficou a cargo do fadista Manuel Fernandes, que já estava à frente do “Solar do Marceneiro”. Faziam parte do elenco as “cantadeiras” Olinda Janete e Mariana Silva, acompanhadas pelos músicos José Ramos e Orlando Silva.

Alfredo Marceneiro tinha deixado o seu retiro do fado, para se dedicar à direção artística do Restaurante Nova Sintra também ao fundo da Calçada de Carriche e que ele tinha inaugurado. E nesta altura, cantavam no Nova Sintra Alfredo Marceneiro, o seu filho Alfredo Duarte Júnior, Maria de Lourdes e Luís dos Santos, acompanhados à guitarra por José Marques e à viola por Armando Silva.

Mas Alfredo Marceneiro continua a ser convidado para cantar em várias casas de fado de Lisboa. E… passado algum tempo voltaria a ficar à frente do seu retiro do fado.

A partir de 8 de janeiro de 1951, houve uma mudança na direção artística para Mário José Paninho, que tinha estado à frente do Retiro Malhôa na Quinta de São Lourenço em Carnide, até ao final de 1950. E com ele vêm as fadistas Natividade Lopes, Maria de Lurdes Fernandes e Adelina da Conceição, com o acompanhamento de José Ramos e Orlando Silva.

No mês de fevereiro de 1951, o Solar Tradição alterou a sua programação musical e introduziu alguma inovação, com um género musical novo que oferecia «música para todos e a pedido de todos». O seu elenco artístico passou a ter um conjunto musical com Tavares ao piano, Strompa no acordéon e Manecas como vocalista e também as vozes das cantadeiras Olinda Janete e Fernanda Barros.

(1951) Diário de Lisboa, n.º  10124, Ano: 30, Quinta-feira, 8 de Fevereiro de 1951, Fundo: DRR - Documentos Ruella Ramos, Arquivo Fundação Mário Soares

Em março de 1951, a fadista Maria Marques assumiu a direção artística, com um elenco do qual faziam parte as fadistas Natividade Lopes, Maria de Lurdes Fernandes e outros artistas acompanhadas pelos músicos Américo Domingos e José Inácio.

No mês de abril voltou o fadista Manuel Fernandes a assumir a direção artística deste retiro.

No início de junho foi o regresso do fadista Mário José Paninho que ficou à frente do elenco de fadistas, acompanhados pelos músicos João Vieira e José Ramos.

A partir de 13 de Junho a direção artística passou para a fadista Berta Cardoso “a voz de ouro”, com a colaboração de Mário Paninho.

No final de agosto de 1951, Alfredo Marceneiro regressou ao seu retiro, que passou a chamar-se outra vez “ Solar do Marceneiro”.



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