Um dia o “Solar do Marceneiro”
mudou de nome. Passou a chamar-se “Solar a Tradição”, também apresentado
apenas como “Solar Tradição” (Antigo Marceneiro).
Abriu as suas portas em 9 dezembro de
1950, na mesma casa onde antes tinha existido o “Solar do Marceneiro”.
Ficava situado ao fundo da Calçada de
Carriche, ao princípio da estrada que seguia para Odivelas, junto ao monumento
do Senhor Roubado, numa casa que já foi demolida.
(1950) Diário de Lisboa, n.º 10066, Ano: 30/Data: Sexta-feira, 8 de Dezembro de 1950, Fundo: DRR - Documentos Ruella Ramos, Arquivo Fundação Mário Soares.
Tal como acontecia noutros retiros do
fado, aqui a direção artística mudava com frequência. Era uma forma de oferecer
um programa de fados variado aos seus clientes habituais. Com a mudança da direção
artística renova-se também o elenco artístico. Inicialmente a direção artística
ficou a cargo do fadista Manuel Fernandes, que já estava à frente do “Solar do
Marceneiro”. Faziam parte do elenco as “cantadeiras” Olinda Janete e Mariana
Silva, acompanhadas pelos músicos José Ramos e Orlando Silva.
Alfredo Marceneiro tinha deixado o seu
retiro do fado, para se dedicar à direção artística do Restaurante Nova Sintra também
ao fundo da Calçada de Carriche e que ele tinha inaugurado. E nesta altura,
cantavam no Nova Sintra Alfredo Marceneiro, o seu filho Alfredo Duarte Júnior,
Maria de Lourdes e Luís dos Santos, acompanhados à guitarra por José Marques e
à viola por Armando Silva.
Mas Alfredo Marceneiro continua a ser
convidado para cantar em várias casas de fado de Lisboa. E… passado algum tempo
voltaria a ficar à frente do seu retiro do fado.
A partir de 8 de
janeiro de 1951, houve uma mudança na direção artística para Mário José Paninho,
que tinha estado à frente do Retiro Malhôa na Quinta de São Lourenço em Carnide,
até ao final de 1950. E com ele vêm as fadistas Natividade Lopes, Maria de Lurdes Fernandes e Adelina da
Conceição, com o acompanhamento de José Ramos e Orlando Silva.
No mês de fevereiro de 1951, o Solar Tradição alterou
a sua programação musical e introduziu alguma inovação, com um género musical
novo que oferecia «música para todos e a pedido de todos». O seu elenco artístico
passou a ter um conjunto musical com Tavares ao piano, Strompa no acordéon e
Manecas como vocalista e também as vozes das cantadeiras Olinda Janete e
Fernanda Barros.
(1951) Diário de Lisboa, n.º 10124, Ano: 30, Quinta-feira, 8 de Fevereiro
de 1951, Fundo: DRR - Documentos Ruella Ramos, Arquivo Fundação Mário Soares
Em março de 1951, a fadista Maria Marques
assumiu a direção artística, com um elenco do qual faziam parte as fadistas Natividade
Lopes, Maria de Lurdes Fernandes e outros artistas acompanhadas
pelos músicos Américo Domingos e José Inácio.
No mês de abril voltou o fadista Manuel Fernandes a
assumir a direção artística deste retiro.
No início de junho foi o regresso do fadista Mário
José Paninho que ficou à frente do elenco de fadistas, acompanhados pelos
músicos João Vieira e José Ramos.
A partir de 13 de Junho a direção artística passou
para a fadista Berta Cardoso “a voz de ouro”, com a colaboração de Mário
Paninho.
No final de agosto de 1951, Alfredo Marceneiro
regressou ao seu retiro, que passou a chamar-se outra vez “ Solar do
Marceneiro”.
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